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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

“Poderia ter sido”

Um tema constante na clínica é a realização pessoal. Seja através do trabalho, da família ou da vida social o tema da realização e satisfação com a vida é constante. Muitas pessoas estão desesperadas porque seus sonhos não se tornaram realidade e, ainda pior, porque elas próprias não tornaram estes sonhos realidade. Quando se fala em realização pessoal é imprescindível falar sobre o arrependimento e a tristeza e angústia que acompanham tudo aquilo que “poderia ter sido”. Focar-se nesta profunda insatisfação é muitas vezes o início de um rico processo de descoberta dos próprios potenciais e da abertura de um horizonte existencial pleno de sentido. O arrependimento pode ser usado como um modo de avaliar a própria vida e de poder tomar decisões mais sábias no futuro considerando os arrependimentos que se quer evitar e as sensações que se quer ter. Quando os medos e ansiedades são enfrentados de frente o caminho se torna livre para a realização do potencial que toda pessoa é. Reprimir o próprio potencial é viver em constante luto por uma vida que se perde a cada dia e na constante tristeza do que “poderia ter sido”.

Gabriela Pavani Daltro
Psicóloga CRP 06/86668
gabipdaltro@hotmail.com


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Filhos e alimentação: cuidar ou barganhar?

A alimentação dos filhos é de grande preocupação dos pais, em especial das mães. Desde cedo, com a amamentação e a progressiva introdução da alimentação sólida, o ato de comer é expressão de atenção e cuidado. Portanto, é compreensível que pais que muitas vezes trabalham ou deixam seus filhos nas escolas e creches vejam na alimentação o primeiro momento de dedicação e amor. Contudo, para a criança perceber no ato de comer uma arma de barganha e poder não é difícil. Os pequenos em geral, mesmo sem saber o porquê, compreendem que o momento da alimentação é fundamental e podem passar a utilizá-la para tingir os pais ou receber compensações. Quanto a dúvidas sobre nutrição, uma visita ao pediatra pode tranquilizar os pais sobre a qualidade e quantidade necessárias de alimento e suficientes para o bem-estar dos filhos. Quanto as estratégias envolvidas no ato de comer, uma visita ao Psicólogo pode ajudar os pais a compreender e lidar melhor com esta situação. Neste sentido, alguns pontos são importantes: uma criança sadia é aquela que come sem aviãozinho, cujos pais não precisam correr pela casa para alimentá-la, que senta na mesa e simplesmente come e que não está acima ou abaixo do peso. É importante lembrar também que a criança sente fome, que necessita de uma rotina estabelecida de alimentação e que comerá sempre o que estiver disponível, seja uma fruta, legume, doce ou salgadinho e que nenhuma criança fará greve de fome até morrer. Em geral há pequena resistência no início das novas regras, mas eles costumam se adaptar quando percebem que o ato de não comer não atinge nem preocupa mais s pais. O ato de comer se torna somente isso: comer e não mais barganha.  

Gabriela P. Daltro
Psicóloga CRP 86668
gabipdaltro@hotmail.com