O Transexualismo é um Transtorno de Identidade
de Gênero, ou seja, uma condição em que a pessoa sente desejo irreversível de
ser aceito e pertencer ao sexo oposto. Este desejo é acompanhado de um
sentimento de inadequação e desconforto em relação ao sexo anatômico. Esta sensação
de “estar no corpo errado” e de desconforto com o próprio sexo deve ser
persistente, ou seja, estar presente o tempo todo. É importante diferenciar
transexualismo de homossexualidade. No primeiro há inconformidade e estranheza
com o próprio corpo e com o papel social (agir e ser aceito como homem ou
mulher) e independe da orientação do desejo sexual; na homossexualidade o
indivíduo está satisfeito com o sexo anatômico e não deseja mudá-lo. O
diagnóstico de transtorno de identidade de gênero é complexo e, muitas vezes
longo, pois depende de entrevistas clínicas, investigação do desenvolvimento psicossexual,
identificação de gênero, orientação sexual, sentimentos sobre características
sexuais secundárias (formato do corpo, cabelos, etc), papel social do sexo
designado, bem como exclusão de outros tipos de transtornos, transtornos psicóticos
e comorbidades como depressão e ansiedade. A vontade de pertencer ao sexo
oposto deve persistir por pelo menos dois anos para que se efetue um
diagnóstico. É um quadro que causa extremo sofrimento e que requer
acompanhamento o mais cedo possível. Manifesta-se tanto na infância quanto na
adolescência e vida adulta mas, em geral, muitos transexuais relatam já
demonstrar sua vontade desde a infância. Estima-se que cerca de 1% a 2% da
população infantil apresente o transtorno, que pode ou não evoluir para a vida
adulta. Procurar ajuda especializada nestes casos é fundamental, pois pode
haver automutilação dos genitais, depressão prolongada e até mesmo risco de
suicídio para pacientes não tratados.
Gabriela P. Daltro
Psicóloga CRP 86668
gabipdaltro@hotmail.com