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domingo, 26 de abril de 2009

Ansiedade: reconhecendo o perigo


Um dos temas mais recorrentes em qualquer conversa hoje em dia é o da ansiedade. A ansiedade é tida como uma sensação natural de nossos tempos e também é constantemente utilizada para justificar ações (por exemplo, quem nunca ouviu alguém dizer que come demais porque é ansioso, ou não consegue dormir porque é ansioso demais). Em primeiro lugar, ninguém è mais ou menos ansioso e sim está ansioso em razão de algo. A ansiedade é uma sensação desconfortável que se caracteriza pelo medo constante de sofrer alguma ameaça. É a sensação de sentir-se constantemente ameaçado, sem saber exatamente pelo quê. Outra característica da ansiedade é que a pessoa sente-se ameaçada, sente desconforto e não consegue identificar sua causa e, portanto, não sabe o que fazer para enfrentar o perigo. É importante frisar que a ameaça ou o perigo não precisam ser físicos (como a ameaça de morte em um assalto por exemplo). A ameaça pode ser psicológica e existencial, tal como o medo de não ser querido, viver isolado, solitário ou abandonado. Pode estar relacionada também com situações específicas, tal como falar em público, em que a ameaça é parecer burro, inadequado, desinteressante. Assim, a ansiedade destrói, sobretudo, a auto-percepção e a consciência de si-próprio. Deste modo, quando em terapia, a pessoa é levada a identificar os problemas, questões e crenças e o nível de ansiedade a eles relacionados de modo que os conflitos sejam esclarecidos e trazidos à consciência. É importante reconhecer que a ansiedade indica sempre que há um problema a ser resolvido, um impasse, um conflito e que somente tomando consciência deste(s) conflito(s) é que se pode lidar adequadamente com as situações que desafiam a integridade de cada um.


Gabriela P. Daltro
Psicóloga CRP 06/86668
gabipdaltro@hotmail.com

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